Investimento em imobiliário deverá crescer 12,5% em 2024

1/25/20244 min read

white buildings near body of water
white buildings near body of water

O volume de investimento no setor imobiliário deverá aumentar cerca de 12,5% em 2024, para um total que irá fixar-se na ordem dos 1.600 e 1.800 milhões de euros, segundo as mais recentes previsões da CBRE.

Após um ano em que se registou uma quebra de volume de investimento na ordem dos 54%, a consultora antecipa que o setor hoteleiro e de retalho continuarão a marcar as principais áreas de investimento no ano de 2024, embora se esperem melhorias no setor logístico e industrial e de escritórios.

A sustentabilidade será um pilar importante na decisão de investidores para todos os segmentos, mas “muito significativamente” nos segmentos de escritórios e de logística, salienta a CBRE

Imobiliário em 2024 por segmento

“No contexto económico nacional, espera-se uma descida no que diz respeito à inflação, com as taxas de juro a estabilizar e também um decréscimo da dívida pública e do déficit. Apesar disso, continuam a existir riscos associados, tais como um outlook global com baixo crescimento, como consequência das atuais condições geopolíticas, e ainda o risco de alguma instabilidade devido às eleições de março”, frisa a consultora, que apresenta as principais tendências por segmento para 2024:

  • No setor dos escritórios, para 2024 prevê-se que o primeiro trimestre seja um dos mais fortes de que há registo em termos de ocupação. É expectável que em 2024, o take-up a nível nacional atinja os 200.000 metros quadrados com cerca de 150.000 metros quadrados em Lisboa e 50.000 metros quadrados no Porto, o que significa um crescimento de 25%, face ao ano anterior. Prevê-se que as rendas tenham uma tendência de estabilização, ainda que possam ser observadas ligeiras subidas.

  • O setor logístico continua a ser impactado por uma enorme escassez de produto, o que o impede de acompanhar a tendência de crescimento exponencial verificada noutras realidades europeias, no entanto Portugal tem-se posicionado como uma opção atrativa para o setor industrial. Para 2024, a CBRE prevê um take-up de 400.000 metros quadrados em Portugal e uma procura por espaços em zonas alternativas como Famalicão, Santo Tirso, Valongo, Malveira, Benavente, Grândola, Sines e Algarve, motivado pela falta de espaço nas zonas mais tradicionais

  • A hotelaria foi, a par do retalho, um dos setores estrela em 2023 e tudo indica que em 2024 esta performance se vai manter. Os proveitos totais em alojamentos turísticos, até ao mês de novembro, foram de 5,700 milhões de euros, o que representa um crescimento de 20% face ao período homólogo de 2022. O retalho registou um dinamismo acentuado no retalho de rua, com 159 aberturas, e nos centros comerciais, com um aumento das vendas em 11 %, devido também a novas marcar a entrar no mercado português e à expansão notória de marcas que já operavam a nível nacional. Para 2024 espera-se que as vendas a retalho decresçam cerca de 0.6%, depois de um crescimento de 1.8% em 2023. No entanto, para 2025 prevê-se um crescimento de 1.2%, nas vendas a retalho, face ao ano anterior. que chega com um ano de atraso em relação à Zona Euro. Ainda no retalho, tudo indica que os retail parks serão a estrela do setor para os investidores e promotores, não só pela boa performance, como pelos projetos se situarem fora dos principais centros urbanos, o que potencia o seu crescimento.

  • No âmbito dos setores alternativos, o setor de PBSA (purpose built student accomodation) foi o que registou maior capacidade de atração de investimento em Portugal, porém o setor de armazéns para utilização privada e o das residências sénior dão sinais de atividade e posicionam-se como relevantes opções de investimento em 2024.

  • Existe uma grande falta de oferta de camas para estudantes em Portugal e a maioria do stock está concentrado em Lisboa e no Porto, o que não reflete a estrutura atual do sistema de ensino superior português. Em pipeline está o aumento de 4200 camas a adicionar às 9500 camas existentes, pelo que o setor demonstra bons indicadores de performance.

  • Até 2050 prevê-se um aumento de 20% na população sénior em Portugal, pelo que o segmento de Senior Living e Healthcare é uma boa aposta para investidores, o que se traduzirá numa recuperação deste setor com um investimento superior a 200 milhões de euros. Para a próxima década, a consultora espera um dinamismo superior aos anos anteriores, fruto de políticas públicas como o PRR e, também devido à pressão sob o SNS.

  • Dentro do segmento de 'living', sabe-se que se deu um crescimento da população urbana, enquanto que o tamanho médio do agregado tem vindo a diminuir, o que vai resultar num aumento da procura. O aumento dos custos de construção em 2023 abrandou, no entanto, a nova oferta em construção representa cerca de 80% do período pós crise financeira, mas ainda assim está cerca de 55% abaixo do período de crise financeira, o que resulta numa exacerbada falta de oferta.

fonte: https://www.idealista.pt/news/financas/investimentos/2024/01/24/61192-investimento-em-imobiliario-devera-crescer-12-5-em-2024